"No mundo da luz não existe lugar para o cativeiro da alma." M.V.B.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A MALDIÇÃO DE CASSANDRA

  Cassandra e seu irmão gêmeo Heleno,  filhos do rei de Tróia, Príamo, foram agraciados por Apolo, ao nascerem, com o dom da profecia.
   Apolo, porém,  vendo Cassandra crescer em inteligência e beleza, por ela se apaixonou. 
   Cassandra, que servia à deusa Atena, recusou seu amor e Apolo, ferido em seu orgulho, retirou da moça o dom da persuasão, isto é, por mais que profetizasse, ninguém acreditaria no que dissesse.
  Cassandra, desesperada porque ninguém a escutava, avisava a todos sobre os perigos que Tróia corria, sobre o fogo que a destruiria, sobre a necessidade de  que tomassem providências sobre o que ocorria em seu Reino para que a desgraça não caísse sobre ele, mas ninguém acreditava em suas palavras. E não escutavam nada do que  dizia, julgando estar a moça completamente enlouquecida.
  Na história de nossa humanidade, foram muitos os que carregaram, e que ainda carregam consigo a maldição de Cassandra. Pelo visto, ao amaldiçoar Cassandra, Apolo estendeu seu anátema a todos aqueles que conseguem   ver um pouco além mas que, quando expõem sua nova visão do mundo, são crucificados, queimados em fogueiras, ou vistos como loucos, coisa que vem acontecendo ao longo da nossa História.
    Será isso apenas mais um capricho dos deuses, ou um castigo para aqueles que ousam pretender mostrar à humanidade o caminho mais rápido e indolor para o resgate de uma cegueira milenar?
Texto de Márcia Villas-Bôas

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