Quem sou?
Lembranças de qualquer passado, que possam me mostrar minha origem ou a razão da saudade constante que me devora o peito, não voltam à minha memória, por mais que vasculhe as profundezas misteriosas do meu inconsciente.
Evoco as poucas cenas da infância que ficaram indelevelmente gravadas em minhas lembranças e vejo estranhos, que não são a minha verdadeira família, num lar que não é meu aconchego e lembro de carinhos que não transmitiam o amor e a segurança que sabia existir em algum lugar do tempo ou do universo. E a criança que eu era perdia os olhos no espaço, vagando o pensamento entre as estrelas, à procura
de seu lar, escondido na escuridão de um céu cheio de estrelas.
De onde vim?
Novamente deixo o olhar se perder no nada, como se o curto alcance da minha visão pudesse me fazer ver em qual daqueles minúsculos pontos de luz está a minha origem. Nada vejo, de nada me lembro além de enormes olhos negros que me fitavam com carinho, despertando em meu coração a energia ígnea do Amor, que ativado por tais lembranças, flui mais intensamente por todos os caminhos do meu corpo.
Amor... como é profundo o Amor que brota em meu peito, quando minha mente toca as estrelas! A saudade que então chega é insuportável, mas ativa algum programa misteriosamente inserido em seu ser, que me fala da necessidade de espalhar essa freqüência de Amor por todo este planeta tão sofrido.
Para onde vou?
Entrego à minha saudade a tarefa de me levar de volta à origem, esteja ela no céu, nas estrelas ou em algum mundo oculto nas dobras de outra dimensão. Lá, onde passado e futuro não existem e o presente é a eternidade de um momento mergulhado num fluido perene, atemporal, onde a vida é recriada a cada instante cósmico e onde o Amor é a força que conecta os seres viventes à alma do Universo.
Texto de Márcia Villas-Bôas
Texto de Márcia Villas-Bôas
Oiiiiiii
ResponderExcluirAdorei este teu texto!
Certamente temos muito em comum!
Um beijo e boa sorte neste teu novoe inspirado projeto
Bê