"No mundo da luz não existe lugar para o cativeiro da alma." M.V.B.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

ILUSÕES

Chegamos a essa vida, sem lembrança de onde viemos e sem saber para onde vamos. Só fica, bem no fundo da alma, uma saudade esquisita....
Na memória limpa são gravadas novas impressões, para podermos sobreviver nesse mundo de matéria. Essas impressões passam a ser a nossa realidade e com elas pretendemos acalmar a dor da saudade que brota nos momentos e silêncio. E nos iludimos, criando situações na vida que acreditamos que irão, enfim, acalmar a ânsia da alma de encontrar novamente suas origens. Depois, nos desiludimos... e partimos para uma nova ilusão.
E assim, de ilusão em ilusão, de dor em dor, de desilusão em desilusão, o nosso arco vai sendo esticado, tensionado ao limite máximo de sua resistência.
E, quando cansados, exaustos, enfim, de procurar no pacote de nossas ilusões a calma para a dorida busca interna, deixamos escapar a flecha de nossos anseios maiores e ela parte, decidida, luminosa e veloz, rumo às estrelas.
O arco se relaxa, o arqueiro acompanha com a alma o rastro de luz, seus olhos se perdem no infinito e a compreensão de sua origem milenar começa a clarear sua mente.
Então,do pacote de informações terrenas, passaremos a usar somente aquelas que  auxiliarão em nossa caminhada, a dor das desilusões não chegará mais à alma, pois não haverá mais a ilusão de encontrar respostas, paz e felicidade nas situações do mundo físico. Agora, é trabalhar as lembranças da origem, que chegarão de mansinho, mostrando o real motivo de viver.

Há muitos anos coloquei todo este processo num trecho num dos meus livros e vou transcrever abaixo:

“Serás crucificado nos teus desejos.
Talvez encontres alguém que te ajude
a carregar a tua cruz,
mas na hora da crucificação estarás só.
A sede ressecará a tua boca;
Beberás o fel do teu querer.
E enquanto tiveres desejos permanecerás na cruz.
As fibras do teu ser serão distendidas uma a uma,
até o limite máximo da tua resistência.
E não haverá bálsamo para a tua dor.
E quando  tuas forças chegarem ao fim e, exaurido,
deixares tombar tua vontade,
A lança divina  penetrará teu coração e tu descansarás.
E ressuscitarás para a vida.”
(do livro “À Sua Imagem e Semelhança” Márcia Villas-Bôas)

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